Biológico x Adotivo
19:41
Ter filhos sempre foi um sonho pra mim, quando me perguntavam o que eu queria ser quando crescer eu respondia: - quero ser mãe!. Aos 18 anos percebi o desejo de ser mãe por adoção independente de ter ou não filhos biológicos. Quando comecei a namorar meu esposo e o relacionamento se desenvolveu, falei sobre meu desejo de adotar e pra minha surpresa ele disse que também sentia o mesmo desejo apesar de desejar ter os filhos biológicos também.
Em 2013, falando sobre meu desejo de adotar, uma amiga me perguntou: por que tanto desejo de adotar se você possivelmente pode ter filhos biológicos? Pensei sobre isso e rapidamente a resposta veio nítida e clara, transparente como a água, e eu respondi: - quero adotar por que haverá um mulher, em algum lugar desse planeta, que dará a luz um filho que foi concebido para ser meu. Eu creio que Deus nos conhece desde a fecundação e sabe o que ocorrerá ao longo das nossas vidas. E foi esse Deus quem colocou no meu coração o desejo de ir buscar o filho que não nascerá de mim, mas será minha missão amá-lo, educá-lo e ensiná-lo sobre um Deus poderoso, resgatador, salvador, justo, disciplinador, soberano.
Casada, a decisão de ter filhos é tomada em conjunto (pelo menos aqui em casa é, rs). Sendo assim, aceitei tentar os filhos biológicos primeiro e tentamos por mais de um ano sem sucesso. Então decidimos buscar ajuda médica e descobrimos que meu mioma estava extremamente grande e precisava ser retirado imediatamente.
Passei por uma miomectomia que poderia me custar o útero e sai de lá com ele em perfeito estado, glória a Deus! Voltamos às tentativas e a gravidez não veio, cada mês que passava sem conseguir era um sofrimento enorme. Seis meses depois de retomar as tentativas, meu médico me encaminhou para o Ideia Fértil (Instituto de Reprodução Humana da Fundação ABC, em Santo André), lá eu poderia tentar técnicas mais avançadas por um custo bem menor que nas clínicas de infertilidade.
Ocorre que o tratamento apesar de ser mais barato ainda estava além do que poderíamos pagar, então fizemos um procedimento mais simples e novamente não tivemos o nosso positivo. Nesse caso, as nossas opções seriam levantar o dinheiro para o tratamento e fazer a FIV ou entrar no programa de doadoras de óvulos (as doadoras dividem os óvulos produzidos com a receptora e por isso o instituto cobre suas despesas médicas). Bem, ainda não tínhamos o dinheiro pra FIV então fui conversar no centro de doação e a noticia não foi muito animadora. Por eu ter ovários policísticos eu não seria uma boa candidata, mas eles fariam a avaliação em todo caso.
Voltei pra casa pensando por que eu estava me submetendo a tanto sofrimento se sempre tive o desejo de adotar? Se meu desejo de ser mãe não se resumia aos filhos biológicos, por que continuar nesse sofrimento? Conversei com meu esposo, choramos, ponderamos, falamos com nossas famílias e decidimos que apesar do frio na barriga causado pela chegada de um filho "pronto", iniciaríamos o nosso processo de adoção crendo que nosso Deus nos dará os recursos necessários para sermos os melhores pais independente dos filhos serem biológicos ou do coração.
Para este tema sugiro a leitura do livro - Pai e Mãe de Verdade - que está relacionado na página Outras Informações.
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